População avalia que a descriminalização de drogas é um debate amadurecido

Por outro lado, no último dia 5, o presidente da República sancionou lei que impõe retrocessos à luta antimanicomial, fortalecendo as chamadas comunidades terapêuticas, entidades privadas que são alvo de denúncia, por parte do MPF, de violação de direitos humanos

Do Justificando.

Durante a 11º Marcha da Maconha, em São Paulo, Gabriel Pedroza, apresentador do programa “Que Droga É Essa?”, do Justificando, conversou com algumas pessoas  na manifestação. Ao contrário do que se pensa, as ruas mostram que o debate sobre a descriminalização de drogas está amadurecido e pronto para ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).

O resultado dessas entrevistas pode ser conferido no curta-metragem produzido pelo Justificando e parceiros, durante a Marcha da Maconha.

Ao contrário do que defende o ministro da Cidadania Osmar Terra, o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, encomendado pelo Ministério da Justiça, em 2014, à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que não há uma epidemia de drogas no Brasil.

“Na minha opinião, as pesquisas da Fiocruz estão sendo montadas para provar que não tem epidemia. Agora, anda na rua no Rio de Janeiro e vê a quantidade crescente de pessoas se drogando nas ruas. Se isso não é uma epidemia, eu não entendo mais nada do que é epidemia”, disse o ministro, para o qual a Fiocruz “tem um viés ideológico de liberação das drogas”.

Em um projeto de lei de 2010, (PLC 37) enquanto era deputado federal (MDB-RS), Terra propôs alterar a Lei de Drogas para estabelecer internação involuntária para dependentes químicos, incorporação de comunidades terapêuticas e aumento da pena para o tráfico. Este ano, seu projeto foi aprovado pelo Senado Federal e  sancionado pelo presidente, no último dia 5 de junho.

Segundo Cristiano Maronna, secretário-executivo da Plataforma Brasileira de Drogas (PBPD), que estava presente na Marcha, a pesquisa da Fiocruz em questão, além de desmentir a ideia de que existe uma epidemia de drogas no Brasil, “revela que o principal problema no Brasil é o consumo de álcool”. De acordo com o levantamento, a idade média de consumo de álcool no Brasil é de 17 anos para meninas e 15 anos para meninos. Maronna crê que isso é “preocupante, porque mostra que os adolescentes estão tendo acesso a uma bebida perigosa que causa danos à saúde antes da idade que a lei autoriza”.

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