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Nove casais homoafetivos dizem “sim ao amor” e realizam ato político contra a discriminação

Publicado no site do MPBA.

Em um país onde a cada 19 horas uma pessoa LGBT é assassinada ou se suicida vítima da LGBTfobia, dizer “sim” foi mais que a expressão do maior sentimento que humanos podem compartilhar e cultivar entre si: o amor. Foi também um ato político, um manifesto contra o preconceito e a discriminação presentes na sociedade brasileira que se concretizou e se fortaleceu quando nove casais homoafetivos celebraram no último dia 28 de junho, no Ministério Público  do Estado da Bahia, o primeiro casamento coletivo LGBT realizado pelo projeto “Sim ao Amor” em Salvador.

Escola brasileira de homens-bomba

Por Élder Ximenes Filho, na coluna semanal do site GGN.

Ao contrário do que imaginavam os iluministas mais felizes, séculos após a Revolução Francesa pouco sobrou da “Deusa Razão”. Muito pelo contrário, o excesso de informação torna-nos cegos de tanta luz e sujeitos aos interesses daqueles que produzem e filtram os dados pixelizados. Cada vez mais conflitos por motivação religiosa e separação Estado-Igreja aparenta não ser mais um pálio comum ao republicanismo ocidental. Ordenamentos jurídicos marcantemente laicos, como o francês e o alemão, sofrem pressões políticas para adoção de normas de feição religiosa, racista e xenófoba. O Estado turco sofre hoje forte influência muçulmana – ali, onde as forças armadas já deram golpes contra governos que tentavam permitir as orações islâmicas nos quartéis. Bem pior, desborda do oriente médio a difusa guerra religiosa-petrolífera, contrapondo além, de interesses econômicos, visões de mundo inconciliáveis geopoliticamente. A economia e o conflito de classes tudo perpassam, como sempre, mas nem tudo explicam. Noutro compasso, Estados com legislação predominantemente religiosa ignoram as prescrições da ONU e continuam executando penas corporais ou de morte contra pessoas LGBT, fiéis doutros credos ou ateus. Tudo isto com base em leis divinas aplicadas por mãos demasiado humanas.